RESENHA CRÍTICA DO FILME MINORITY REPORT - A
NOVA LEI
O filme Minority
Report ilustra como seria o mundo no futuro, com o enfoque maior para às
investigações criminais. Segundo o filme, a partir do ano de 2054, um sistema
criado com base nos avanços tecnológicos teria a capacidade de diminuir a taxa
de assassinatos, garantindo o combate à violência e a proteção de indivíduos da
sociedade. Ao utilizar esse sistema prevencionista, muitos crimes foram
evitados na cidade de Washigton. No entanto, existe um dilema que contrapõe a
eficiência do sistema: uma pessoa pode ser punida por um crime que ainda não
cometeu? Diante disso, podem ser feitas diversas análises dos limites do uso da
tecnologia na investigação criminal, principalmente, porque o protagonista do
filme descobre diversas fraudes no sistema após sua equipe ter previsto que ele
será o próximo a cometer um crime.
A trama
envolve questões relacionadas ao desenvolvimento tecnológico aliado à
engenharia genética na resolução de crimes. Assim como abordado no texto “Limites e
possibilidades constitucionais à criação do banco de perfis genéticos para fins
de investigação criminal no Brasil”, de Carolina Grant, o que se almeja no filme é
a criação de banco de perfis genéticos para facilitar o trabalho de
investigação policial, assim o material genético recolhido seria comparado com
os armazenados em bancos de perfis, identificando mais facilmente o criminoso.
Entre as indagações levantadas as mais interessantes são: a dificuldade em
achar um equilíbrio entre mecanismos de eficiência na prevenção de crimes e o
respeito aos direitos dos cidadãos e até qual ponto os direitos e garantias
individuais devem ser sacrificados pela eficiência no combate ao crime.
Não é
surpresa pra ninguém que os avanços da ciência e da técnica já fazem parte da
realidade em todas as esferas da sociedade, caracterizando o mundo sob a atual
forma, globalizado e com um fluxo enorme e rápido de informações. Neste cenário
de avanços a engenharia genética é um ramo que cada vez mais ganha destaque,
principalmente sendo reconhecida pelos resultados positivos, como prevenção e
cura de doenças, melhoramento genético de certas espécies, identificação de
cadáveres e solução em casos penais, exames de DNA são constantemente
utilizados para provar a culpa ou inocência de acusados. Por isso surge à questão abordada no filme,
onde cresce a repercussão das ficções que envolvem a utilização da tecnologia
nas investigações criminais. Este configura um estágio mais avançado, pois não
seriam apenas exames para punir, mas sim para prever indivíduos que cometeriam
os crimes.
Voltando ao filme, não há crimes em
Washington graças ao sistema criado para monitorar as pessoas e prever quando
elas irão cometer crimes, devido ao sucesso essa lei toma espaço e passa a
fazer parte da realidade dos cidadãos. Assim, acontece também com o uso da
genética na resolução dos casos penais atualmente, onde há condenação com base em banco de DNA de criminosos.
Por ter sucesso, a tendência é que a sociedade tome como verdade e confie
plenamente nesses métodos, mas como qualquer outra coisa estes também são
passíveis de erros. No filme o chefe da Divisão Pré-Crime entra na lista dos
futuros assassinos e sabendo que será preso por isso, ele começa uma corrida
contra o tempo para descobrir o que irá acontecer e porque irá matar alguém.
Todo o filme dirá em torno desta investigação que termina com o assassinato que
ele mesmo previu. Ele é preso e depois sua esposa o ajuda a sair e identificar
outro líder do sistema como sendo o culpado e manipulador do sistema. Assim
podemos perceber que existem limites no uso da tecnologia. E assim como houve
erro na ficção, há erros também na realidade como no caso publicado pelo Jornal
O Globo, onde Israel de Oliveira foi confirmado através dos exames e do
reconhecimento da vítima que era responsável por um estupro que na verdade não
havia cometido e passou 5 anos preso injustamente.
No entanto, não
se pode deixar de reconhecer que estas técnicas são de extrema importância e
sua eficácia pode ser facilmente observada na resolução de diversos crimes, a
criação dos bancos de perfis genéticos forma um histórico importante dos
criminosos e podem ser consultados sempre que necessário. No caso do Brasil, a lei garante a criação do banco de DNA de
condenados por crimes violentos, esta torna obrigatória à identificação
genética, por meio de DNA, de condenados por crimes hediondos ou crimes
violentos contra a pessoa, como homicídio, estupro, entre outros. O objetivo é
utilizar os dados colhidos nas investigações de crimes cometidos por quem tem
ficha na polícia. A polícia poderá requisitar ao juiz o acesso ao banco de
dados. Os perfis genéticos são montados por
meio da análise de amostras recolhidas em cenas de crime, como sangue, fios de
cabelo, ossadas, entre outros, que são conhecidos como vestígios forenses. Com
eles, é possível tentar individualizar o perfil de quem seria o criminoso,
técnica muito importante para as investigações.
Este é mais
um exemplo de filme que coloca em cheque o desenvolvimento da tecnologia em
favor da sociedade e ao mesmo tempo quais devem ser os limites da mesma para
que não haja equívocos, o filme deixa um alerta importante que a tecnologia mal
empregada pode trazer graves prejuízos à sociedade. A tecnologia é sim um bem
utilizado para a melhoria da sociedade, mas não pode ser sempre tida como
verdade absoluta.
Equipe: Íngrid Rodrigues,
Jéssica Vieira, Mariana Lacerda, Michelle Vilas, Rafaela Agapito e Ygor Uzêda.
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